ENTREVISTA
ESPECIAL : Alex Cohen
Dos
bares para o topo das paradas
Com seu jeito humilde e cativante,
Alex Cohen dribla as dificuldades e se revela para o mercado
Quem ainda não ouviu Alex Cohen, não sabe o que está perdendo. Carismático e dono de uma voz incomum o cantor é a mais nova revelação da música brasileira. Alex mesclou competência, sorte e ousadia para sair dos bares cariocas e lançar seu primeiro disco por uma grande gravadora, a Universal. Tarefa essa que não é para qualquer um, já que muitos não conseguem chegar ao estrelato e são forçados a usar a música como um hobby. Alex Cohen começou a paixão pela música através de seu pai que sempre incentivou desde cedo. Aos seis anos de idade, por exemplo, ele ganhou de suas mãos a primeira guitarra. No início não se interessou muito gurdando o instrumento no armário. Mais tarde, como todo garoto, morador de Copacabana, no Rio de Janeiro, interessou-se pelo surfe. Mas foi uma fase rápida da sua vida. Desiludido com o surfe, que na época, era ligado à rebeldia, voltou-se para a música. Tirou do armário, não a sua guitarra, mas uma do pai, que a guardava como recordação dos tempos em que também tocava, e resolveu lixá-la. Seu pai, percebendo o interesse do filho, comprou para ele um livro de acordes com todas as músicas de Roberto Carlos e o ensinou a ler as notas musicais. Assim ficou fã incondicional do Rei. Aos poucos, Alex descobriu que poderia ir mais longe. Começou a tocar piano de ouvido e descobriu o teclado - instrumento que até hoje, junto com sua guitarra, o acompanha. Fez seis meses de aulas de canto, passou a compor e seguiu a vida. A partir daí, passou a dedicar-se integralmente ao seu grande sonho: a música. Isso sem falar na sua coragem, que foi preponderante para chegar a esse estágio. Em outubro de 2001 fez seu primeiro grande empreendimento. Alugou o Garden Hall na Barra da Tijuca e fez um show que contou com o apoio de Aloysio Legey na direção artística, Paulo Henrique Castanheiras na produção musical e Césio Lima na direção de fotografia. Em janeiro de 2002, mais coragem. Alugou o Canecão para se apresentar. Além dos companheiros do trabalho anterior, chamou Mauro Monteiro para fazer o cenário e Chiquinho Spinoza para criar o figurino. E foi assim, fazendo shows e investindo cada dinheiro ganho, que Alex foi descoberto pelo diretor artístico da Universal, Max Pierre. Após anos tocando na noite do Rio primeiro em bares de Copacabana, onde ganhava apenas o dinheiro do transporte, e depois em restaurantes do shopping Downtown, da Barra, onde conquistou boa parte de seu público. Sua ousadia mostra que o cantor não desiste dos seus sonhos assim tão facilmente. Quem já acompanhou os shows do cantor pôde perceber também que em determinado momento Alex vira comediante e passa a interagir com o público de uma forma incrível. O cantor vira comediante e põe as pessoas para rir com seus personagens. Com perfeição, imita George Michael e Elton John, cantando Dont Let The Sun Go Down on Me e satiriza os artistas que se enrolam na hora de cantar. A principal "homenageada" é a Marrom Alcione. E foi dos shows que nasceu seu primeiro trabalho profissional intitulado Alex Cohen ao Vivo. O CD tem composições próprias como Descobri Que Te Amo, Sou teu Refém, Um pro Outro e Essência do Prazer, que falam de amor. Como não podia faltar uma homenagem ao ídolo de sempre, ele também gravou do Rei Falando Sério, Um Jeito Estúpido de Te Amar/ Outra Vez. No repertório incluiu grandes sucessos populares, como músicas de Guilherme Arantes, Fábio Jr e os sertanejos Bruno & Marrone e Leandro e Leonardo, entre outros. Os shows não páram de
crescer, mas apesar disso Alex encontrou um tempinho pra conversar conosco sobre sua
carreira e o que tem em mente para o futuro. Confira esse bate-papo descontraído que
tivemos com o cantor! |
Marcus Vinicius Jacobson
Reportagem
Entrevista publicada no dia 09/09/2003
3) Na sua opinião começar tocando nos bares é uma grande escola para ascender profissionalmente? Com certeza, o bar é uma escola, é um grande laboratório, é aonde você aprende a lidar com o público, conquista-los ou não, saber errar sem ser notado, porque somos humanos. Temos o grande termômetro se nossas canções que mais gostamos agradam, formamos nossa personalidade musical, através das diversas estilos e pedidos que temos que executar.
7) Muitos talentos lançam um CD e simplesmente são esquecidos pela mídia depois de estourarem. Você já está preparado para enfrentar essas adversidades, principalmente nesse momento em que a indústria fonográfica vive um momento desfavorável? Acho que tudo tem um porque, quando vamos mal, na maioria das vezes não atribuímos a nós o fracasso, isso não é bom. Estamos nesse mundo para aprendermos com nossos erros, para nos corrigirmos, a crise existe em todos os lugares, quantos crescem nela, nós temos que fazer acontecer e não esperar que a crise passe! 8) Você já deu declarações que tem preferência pelos discos ao vivo por serem mais verdadeiros. A partir desse pensamento, você pretende manter essa linha ou se render às gravações em estúdio mesmo? Realmente no meu caso que venho dos bares, fazer um disco ao vivo é estar em casa, mas no estúdio você também tem inúmeras possibilidades de aprimorar o trabalho e pode dar certa nuances no trabalho, também é fantástico!
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