ENTREVISTA
ESPECIAL : Ara Ketu
Esquenta
que o Ara chegou !
Com força e fé, um dos ícones da
axé music completa 35 anos totalmente renovado e trilhando novos rumos
´´Não dá pra esconder, o que eu sinto por você Ara. Não dá, não dá, não dá, não dá``. Esse verso, de um de seus maiores sucessos, sintetiza bem o sentimento dos fãs pelo grupo baiano Ara Ketu. Afinal, são 35 anos de uma história bonita e com o ideal de elevar a cultura afro brasileira. Só pra ter idéia de sua importância para o cenário musical, o Ara foi um dos primeiros blocos a mudar de estilo musical saindo da estética afro para o ritmos mestiços como o Pagode e o Axé no ano de 1990 e mesmo assim consegue manter a marca sempre forte. Fato é que o grupo já passou por diversas mudanças de integrantes desde sua criação e hoje, diante da acomodação do axé e da concorrência com outros ritmos, o Ara ketu tem a missão de reinventar o gênero e mostrar para o grande público sua importância para a cultura baiana. Famoso no Brasil e no exterior por conjugar o suingue da música afro-pop-baiana com a cadência das baladas românticas, o grupo Ara Ketu surgiu oficialmente em 1989. Sua origem é o bloco-afro Ara Ketu ou Povo de Ketu fundado em 1980 por moradores do subúrbio ferroviário de Periperi de Salvador, na Bahia. O bloco desfilou pela primeira vez em 1981 no qual homenageou o rei caçador, Oxóssi que é o orixá protetor do Ara Ketu. Por isso o símbolo do bloco é o ofá e as cores são azul e branco. Semelhante com outros blocos afros como Ilê Aiyê e Olodom, o bloco Afro Ara Ketu desenvolvia também um trabalho social voltado para a sua comunidade. Antes de originar a banda, o bloco chegou a lançar dois discos, Ara Ketu (1987) e Contos de Beni (1988). Vale lembrar que o Bloco Ara Ketu continua em atividade na Bahia, principalmente no Carnaval. Foi a partir de 1989, com o surgimento do grupo, que o Ara Ketu passou a tocar com sua formação mais completa, que, extrapolando o arsenal percussivo, incluiu Tatau (voz), Zeu Góes (baixo), Raimundo Bentes (sax), Alexandre Cortes (teclado), Birro Pacheco (guitarras), Gil Resende (bateria) e Marão (percussão). Curiosamente, antes de fazer sucesso em todo o Brasil, o grupo conquistou a Inglaterra, onde gravou em 1992 o álbum Ara Ketu, inédito no mercado nacional e distribuído somente na Europa. De volta ao Brasil, a banda lançou em 1993 o disco Ara ketu de Periperi. Mas o estouro viria somente no ano seguinte, 1994, quando o Ara Ketu assinou contrato com a Sony Music e lançou o álbum Ara Ketu Bom Demais. A faixa-título explodiu em todo o Brasil, projetou o vocalista Tatau e deu vários prêmios ao grupo. O CD ultrapassou as 200 mil cópias vendidas. Seguiram-se álbuns
bem-sucedidos como Ara Ketu Dez (1995), Dividindo Alegria (1996, com a
participação de Djavan na faixa "Ara Amor") e Pra Lá de Bom (1997).
Até que, em 1998, o grupo viveu um momento de glória com o lançamento do CD Ao Vivo.
O samba Mal-Acostumado, que era originalmente um forró, virou megahit nacional e
fez o disco do Ara Ketu ultrapassar um milhão de cópias vendidas, o que garantiu ao
grupo seu primeiro Disco de Diamante pela vendagem excepcional. Em 2007, Tatau, até então vocalista da banda, se desligou do grupo para seguir carreira solo e fui substituído pela cantora Larissa Luz, até junho de 2012. No dia 5 de junho desse mesmo ano Tatau retornou ao comando da banda e ficou até o final de 2014 quando encerrou seu contrato e decidiu-se pela sua não continuação à frente do grupo. Com isso, houve uma grande reformulação na banda que agora iniciará uma nova fase de resgate dos seus maiores sucessos, dividindo com o seu público a energia positiva do axé, com muita interatividade, alegria e originalidade, sob o comando de Tonho Matéria, conhecido artista baiano que aos 15 anos já mostrava o seu talento e paixão pela música, iniciando sua carreira no próprio bloco Araketu. Ao lado dele o ator global Érico Brás, que vive o personagem Jurandir no semanal humorístico Tapas & Beijos, foi testado durante o Carnaval para ser mais um vocalista do Ara. Porém, devido a incompatibilidade na agenda e sua pouca experiência na função, os empresários da banda decidiram optar por realizar um concurso, a fim de eleger mais um vocalista. Os interessados (moças e rapazes) devem mandar um áudio/vídeo com um minuto e meio cantando para concurso@araketu.com.br até dia 28/03, além de encaminhar um contato telefônico. Para falar um pouco sobre essa nova fase da banda entrevistamos os integrantes remanescentes que vão expor as muitas novidades que estão vindo por aí. Confira ! Site: |
Marcus Vinicius Jacobson
Reportagem
Entrevista publicada no dia 18/03/2015
1) Qual o balanço que vocês fazem desses 35 anos de carreira ? São 35 anos de Força, Fé e nossas raízes ( nosso Slogan). Muita luta contra as adversidades, sempre buscando elevar a cultura afro brasileira. O Ara Ketu no seu início, todos diziam que não passaríamos de Plataforma. Ganhamos o mundo. A luta pela cultura negra e suas bases é muito desigual. Existe um racismo que ainda impera de nossa sociedade, porém hoje mais atenuado do que na época da criação do Ara Ketu. Mas como desafios são nosso lema, continuamos na luta .
10) Deixe um recado final pra todos os fãs do grupo espalhados pelo país a fora. Turma do Ara. Estamos trabalhando quase que ininterruptamente para fazer um Ara Ketu ainda melhor para vocês. Estaremos buscando sempre uma música melhor para vocês. Alô nosso subúrbio, podem esperar , pois este ano vamos invadir nossa área com muita música de boa qualidade. Vocês merecem demais ter uma tarde de domingo para se divertir. |
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