ENTREVISTA ESPECIAL : Beto Guedes
O
vôo através da música
Beto Guedes se consolida no mercado
e considera que seu maior triunfo é tocar as pessoas através de suas
canções
Beto Guedes é parte importante da história na música. Suas canções permanecem até hoje ligadas nas mentes e corações dos milhares de fãs espalhados pelo país a fora. O cantor é figura ativa do Clube da Esquina, movimento que projetou nacionalmente os compositores mineiros contemporâneos como Milton Nascimento, Lô Borges, Fernando Brant e o próprio Beto Guedes. Beto já tem lugar cativo no cenário musical, conquistou muitos prêmios, incluíndo um Disco de Ouro, mas ele sabe melhor que ninguém que sua principal conquista é através de sua música, emocionar e tornar as pessoas mais felizes. Mineiro de Montes Claros, desde a adolescência Beto Guedes tocava em bandas. Em 1964, aos 12 anos, quando Os Beatles já eram febre no mundo inteiro, Beto, morando em Belo Horizonte, juntou-se aos vizinhos para formar o grupo, The Bevers (com repertório dedicado aos Beatles, obviamente). Os vizinhos eram os irmãos Márcio, Yé e Lô Borges. A Beatlemania durou toda a adolescência e ainda incluiu um outro grupo, Brucutus, que animava festinhas durante as férias em sua cidade natal. No final da década, mais amadurecidos, Beto e Lô começaram a compor e participar de festivais. Em 1969, quando foram ao Rio participar do Festival Internacional da Canção com a música "Feira Moderna", bateram na porta do conterrâneo Milton Nascimento. A amizade e a admiração profissional mútua fizeram com que ele convidasse Beto Guedes para participar do antológico LP Clube da Esquina, de 1971. Tocando baixo, guitarra, percussão e fazendo vocais, Beto começava a ganhar projeção junto com uma turma talentosa, que incluía nomes como Wagner Tiso, Ronaldo Bastos, Toninho Horta, Flávio Venturini, Sirlan, Vermelho, Tavinho Moura, entre outros. Em 1977, lançou o primeiro LP, A Página do Relâmpago Elétrico. O disco, que tinha a colaboração de vários amigos mineiros, chamou a atenção por revelar seus dotes como cantor, já que até então, ele era conhecido apenas pela versatilidade de multiinstrumentista. O tímido sucesso das músicas "Lumiar" e "Maria Solidária" foi suficiente para que o disco chegasse às 21 mil cópias vendidas, três vezes mais do que calculava a gravadora. No ano seguinte, o disco Amor de Índio traz na faixa-título o maior sucesso de sua carreira. Seu terceiro disco, intitulado Sol de Primavera, em 1980, foi um sucesso que rompeu fronteiras. Assim como seus trabalhos posteriores que colocavam Beto Guedes como um artista de primeira linha, com vendagens oscilando entre 50 e 60 mil cópias e uma marca sonora registrada. Assim foi com Viagem das Mãos, de 1984, que trouxe "Paisagem da Janela", de Lô Borges e Fernando Brant, como um de seus maiores sucessos. O ápice de sua carreira acabou sendo Alma de Borracha, que, lançado em 1986, finalmente lhe rendeu um Disco de Ouro e o reconhecimento no exterior. O título do disco (tradução de "Rubber Soul") homenageava os Beatles, enquanto o repertório trazia uma grata surpresa: a faixa "Objetos Luminosos", primeira parceria com seu mentor e padrinho musical Milton Nascimento. O Rio de Janeiro - cidade onde fez shows antológicos e sempre teve recepção calorosa do público - foi o local escolhido para a gravação de um disco ao vivo, no final de 1987. Depois de ficar 5 anos fora dos estúdios, onde preferiu valorizar mais sua vida pessoal e dividir seu tempo com aviõezinhos de brinquedo e a paixão pelos instrumentos, Beto voltou a gravar em 1991. Trouxe à tona Andaluz, seu oitavo disco e último contrato com a EMI-Odeon. Porém nesse mesmo ano mais uma mudança drástica. Ele preferiu trocar o violão pelo macacão de mecânico e passou a dedicar cada vez mais à sua paixão por aviões, só que dessa vez construindo um monomotor de verdade. Foram mais sete anos restritos a shows esporádicos e muita reflexão. Em 1998 gravou Dias de Paz, uma seleção de releituras que inclui duas inéditas e em 2004 Em Algum Lugar. No ano seguinte aconteceu o lançamento do DVD e CD Beto Guedes - 50 anos ao vivo, com show realizado em 11 de setembro de 2001. Atualmente o cantor segue o que ele começou: fazendo sucesso atrás de sucesso. Para falar sobre toda sua vida e muito mais entrevistamos Beto Guedes para o MVHP. Confira ! |
Marcus Vinicius Jacobson
Reportagem
Entrevista publicada no dia 12/06/2007
1) Qual o balanço que você faz de sua vasta carreira ? Olha, acho que jamais teria outra profissão, portanto o balanço só é positivo pois faço o que gosto.
4) Fale um pouco mais sobre seu último trabalho intitulado Em algum Lugar. EM Algum Lugar foi feito com muito carinho , mantenho o hábito de colocar uma melodia de meu pai Godofredo (Lamento Árabe) e inovo colocando também agora uma do Gabriel meu filho (Júlia).
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