ENTREVISTA
ESPECIAL : Bamdamel
Com lugar
cativo na história do axé music
Com mais de
30 anos de existência, Bamdamel revive sua trajetória e mostra sua importância
para a música baiana
´´Eu vou, atrás do trio elétrico vou, dançar ao negro toque do agogô, curtindo minha baianidade nagô. Eu queria, que essa fantasia fosse eterna, quem sabe um dia a paz vence a guerra, e viver será só festejar``. Esse é considerado o hino do carnaval baiano e até hoje é lembrado quando nos referimos ao axé music. Precursora desse estilo musical no país e responsável pela canção ser a grande representante do movimento, a Bamdamel (já teve outras 2 versões para o nome: Banda Mel e Bamda Mel), até então adormecida por 12 anos dos palcos, está retornando gradativamente às paradas de sucesso para revelar novos sucessos e reviver os antigos. Também não é pra menos. Já são 33 anos de existência, desde que o grupo se formou. Formada em 1984, a partir do sucesso que tinha o mesmo nome do grupo, a Banda Mel (hoje com M) foi um enorme sucesso nas décadas de 80 e 90. Com mais de 15 discos gravados, o grupo se tornou o pioneiro no estilo samba-reggae. O primeiro LP, Força Interior, foi gravado em 1987 e teve como sucesso as músicas Faraó e Ladeira do Pelô. O disco E Lá Vou Eu foi lançado em 1988 e a música título, que era um protesto ao Olodum, estourou nas paradas de sucesso, fazendo com que a banda ganhasse disco de ouro e de platina. Nessa primeira formação, o grupo era liderado até então por Boock Jones e as irmãs Janete e Jaciara Dantas (esta última morreu em 2002). Em 1989, a banda lançou o terceiro trabalho
Mel do Brasil e contratou a vocalista Alobêned Ayram, acompanhada por
Joka Barreto, também no vocal, Jailton Dantas no baixo, Guto Guitar na
guitarra e Dito Régis na percussão. Em 1990, lançou o disco Prefixo de
Verão, que se tornou a principal música do carnaval baiano de 1991,
ganhando disco ouro e platina novamente. Consagrada em todo o país como uma
das principais bandas de axé music, em 1992 chegou ao mercado o disco
Negra, que vendeu 300 mil cópias e teve como grande sucesso a música
Baianidade Nagô (conhecida como o hino do carnaval da Bahia), tocada até
hoje em rádios e cantada em shows da banda e até por outros intérpretes. O grupo passou por pelo menos cinco
formações, incluindo a atual. Entre
1998 a 2002
Janete Dantas e Jaciara Dantas voltaram a fazer
vocal de apoio à banda com exceção de Buk Jones. Na segunda formação, a
mais duradoura e bem sucedida, estavam presentes Márcia Short (vocal), Róbson (
vocal), Alobêned Airam (voz
e vocal), Jailton Dantas (contrabaixo elétrico, violão, produção
e arranjos), Dito Régis (percussão
e composição), Guto Guitar (guitarra, cavaquinho e violão), Orlando Costa (percussão),
Dal Batera (bateria)
e Fernando Padre (teclados).
A terceira formação ainda contava com a
cantora Patrícia Alvaia, que lançou a música A Flor do Olodum e
regravou o sucesso Maluco Beleza, de Raul Seixas. Patrícia fez sua
primeira apresentação com a banda no dia 1º de maio de 1993, em um show no
estádio do Mineirão, em Belo Horizonte. Futuramente a artista seguiu carreira
em outra banda como backing vocal. Sua quarta formação contava com Alôbened
Airam (vocal),
Guto Guitar (guitarra
e cavaquinho), Dito Régis (percussão),
Jailton Dantas (baixo,
violão) e
Joka Ribeiro (vocal). Em nova fase, desde 2013, a banda vem revivendo os
sucessos sob a liderança de Alôbened, que com sua identidade, carisma e
timbre de voz singular vem se destacando entre as
maiores artistas da música baiana. Atualmente o grupo encontra-se em temporada, onde já têm
agendado uma série de shows, programas de TV, entrevistas, além de turnês
internacionais. Para falar sobre esse momento atual entrevistamos Alobêned
que, à frente da banda, colecionou oito discos de ouro e seis de platina,
além de ter emplacado os maiores sucessos do grupo o tornando um dos mais bem sucedidos da história da Bahia.
Site Oficial: |
Marcus Vinicius Jacobson
Reportagem
Entrevista publicada no dia 01/12/2017
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