ENTREVISTA ESPECIAL : Cogumelo Plutão
De
volta à vida...
Banda brasiliense retorna aos palcos
com um novo trabalho que promete se consolidar na música
O Cogumelo Plutão está de volta à vida. Essa é a melhor frase para descrever o atual momento dessa banda, formada na Capital Federal, que já conseguiu, em seus shows, reunir multidões. Apontada como uma das maiores revelações da década, o grupo volta aos palcos com nova turnê e novo cd intitulado "Mais do que ontem e menos do que amanhã..", trazendo o som consagrador que revelou na cena pop o vocalista Blanch, dono de uma das maiores performances que o rock brasileiro já viu. Mesmo fora da mídia há 4 anos, o Cogumelo conseguiu provar que tem vida própria. Muitos artistas de diferentes segmentos e estilos regravaram as músicas do grupo, o que vem provar que eles têm um som sem limites. A banda iniciou na música em 1994. No começo, eles eram influenciados pelo som pós-punk de grupos como Joy Division e The Smiths, aliada à poesia de Florbela Spanca e Fernando Pessoa. Após diversas formações, em 2000, a banda gravou uma "demo" com o então iniciante produtor Paulo Ivanovitch, que já tinha trabalhado com Caetano Veloso, Engenheiros do Hawaii e todo o pop do então selo Plug da BMG-ARIOLA. Ivanovitch estava em busca de algo revelador e de forte impacto no novo cenário. Após o encontro inicial, floresceu a idéia central de que o grupo não seria uma banda pop qualquer, dessas que simplesmente tocam no rádio e vão embora. Nascia assim o Cogumelo plutão. Após o estouro de Esperando na Janela, em primeiro lugar nas paradas das rádios no Brasil e tema de novela global, o cd "Biblioteca de Sonhos" chegou a vender milhares de cópias em apenas um mês de lançamento. A trilha sonora da novela "Laços de família", na época bateu dois milhões de discos vendidos, recorde nunca antes imaginado pela Rede Globo de Televisão. Porém, após turnês arrebatadoras, a banda resolveu dar um tempo dos palcos em 2003, porque Blanch se descobriu portador de um tipo raro de aneurisma. Passados dois anos, o grupo observou durante esse tempo, seus hits serem regravados por diferentes artistas como Zezé di Camargo e Luciano, Rio Negro e Solimões, Angélica, Luiza Possi, B5 entre outros. Em 2005, recuperado da doença que o acometeu, Blanck reúne a banda para dar prosseguimento ao retorno do Cogumelo em grande estilo. A partir daí foi brotando o retorno do grupo aos palcos e para alegria de seus fãs. Hoje, Cristiano Lima (guitarra), Kavera (bateria), Roney Bass (baixo), Duda Gamba (teclados e violões) e Blanch (vocal e violões) estão aí para se consolidarem no atual cenário musical do país. Depois de Esperando na Janela, cantado em coro pelos adolescentes que formam o grosso público da banda e outros hits marcantes como Garota de Brasília, Uma Vez Mais, Retratos da Adolescência, muitas outras pérolas estão vindo por aí. Para falar sobre esse
retorno, fizemos uma entrevista super especial com a banda. Veja tudo que eles têm a
dizer sobre essa volta. |
Marcus Vinicius Jacobson
Reportagem
Entrevista publicada no dia 05/12/2007
1) Qual o balanço que vocês fazem de toda carreira da banda até aqui ? O melhor possível, pois muita coisa mudou no mercado da música... ...as gravadoras, pirataria, internet, tudo mesmo. As formas de divulgação ampliaram e se ramificaram em muito nesses últimos anos. Devido à velocidade da informação, as pessoas e os meios de comunicação ficaram naturalmente mais imediatistas, e mesmo fora do Mainstream, o Cogumelo provou que tem vida própria. Muita gente regravou músicas nossas de diferentes segmentos e estilos, o que foi uma surpresa pra banda, saber que atingimos diferentes tipos de público. O que mais nos deixou contentes ainda, é que o Cogumelo Plutão tem fãs fiéis e especiais que aguardaram o nosso retorno com muito carinho, e em momento algum nos abandonaram, sempre mandando vibrações positivas, desejando vida eterna a banda. Estamos mais vivos do que nunca, e o título do nosso novo álbum é a maior prova disso tudo... Mais do que ontem e menos do que amanhã... 2) Durante o tempo que vocês foram obrigados a dar, em conseqüência de problemas de saúde do vocalista, em algum momento o grupo pensou em parar de vez ? Não, na verdade existe o ciclo natural de algumas conseqüências quando surge um problema de saúde numa banda, ou seja, o Blanch (vocalista) precisou parar e dar a devida atenção à saúde, e os demais componentes da época seguiram seus projetos pessoais. Afinal de contas, nem o Blanch sabia quanto tempo seria necessário pra sua própria recuperação. Foi quando o próprio Blanch resolveu passar um tempo no litoral de Santa Catarina, o que lhe deu forças pra sua recuperação e foi também onde fez novas amizades, conheceu músicos como o Cris Lima (guitarrista), o Duda Bittencourt (tecladista) e voltou a trabalhar o novo álbum do Cogumelo Plutão. 3) O que vocês ficaram fazendo durante esse tempo fora dos palcos ? A recuperação do Blanch foi uma experiência de vida pra ele, e que o fez ver as coisas por outros ângulos. E nesse hiato em que o Cogumelo se encontrava, o Blanch lançou um projeto pela Indie Records chamado Coquetel Diamante, onde a verba arrecadada seria destinada a instituições de combate a AIDS, ou pelo menos essa era a idéia. Esse projeto foi muito bacana, têm pessoas que curtem e até hoje falam muito, inclusive uma música desse álbum chamada Uma Vez Mais foi regravada pelo Ivo Pessoa e ganhou vários prêmios em 2005. Tem gente por aí que nem sabe que essa música é de autoria do Blanch, e ela está no nosso novo disco. Do ano de 2005 pra cá, trabalhamos muito pra deixar o Mais do que ontem e menos do que amanhã... pronto. Mas pode ter certeza de que valeu cada dia de trabalho e empenho nessa obra.
5) Em falar em Esperando na Janela, essa música foi regravada por vários artistas. Qual dessas regravações que vocês gostaram mais ? Todas são interessantes !!! Não é pq a gente seja do rock que a gente não admira as versões dos outros. Ver diversos sertanejos como Rionegro e Solimões, César menotti e Fabiano, Zezé di Camargo e Luciano entre outros, bem como a versão do Wander Wildner da banda punk Replicantes em seus shows,bem como bandas de forró do nordeste,bem como versão clássica feita por orquestra do Paraná, bem como a versão do Cheiro de Amor e Jamil e uma Noites da Bahia, nos faz sentir que nós do Cogumelo Plutão temos entrada e passe livre em todos os terrenos e instâncias da música popular. É um mimo para nós e uma satisfação muito grande saber que a nossa música é compreendida por todo o povo e não uma parcela de pessoas ditas "intelectuais" somente.. De todas as regravações a que mais gostamos foi a singela versão da Angélica.
7) Vocês se incomodam pelos críticos acharem que o Cogumelo Plutão reinventou a música folk no Brasil e que a banda é uma nova Legião Urbana ? Em primeiro lugar, nós não reiventamos nada !!! Isso mais parece coisa de crítico que não tem embasamento FOLK !!! (risos), em segundo lugar preferimos muito mais sermos o primeiro Cogumelo Plutão do que a segunda Legião Urbana...Nossa história é completamente diferente da deles, a única coinscidência é que inicialmente a idéia do Cogumelo Plutão fora criada em Brasília por Blanch. Nós somos espirituais artisticamente, não que eles não fossem maravilhosos quanto banda, mas a nossa escola é um pouco diferente, na verdade a arte não se explica, admira-se ou não...bebemos de outras fontes também, Beatles,The Birds,The Lás,Ride,U2,Smiths...se bem que Renato tbm ouvia Smiths né ? Mais do que ontem e menos do que amanhã... !!! 8) Fale pra gente sobre o mais recente CD de vocês. É um disco de boas notícias, é espiritual, de poesia (urbana e
cotidiana), onde falamos de amor, de dar um passo a frente, de ser feliz. Cansamos de
ligar a TV, ver e ouvir merda nos noticiários, bandidagem, violência. Na
verdade, hoje em dia, mais se dá idéia a um bandido de uma ação que deu ou não certa
num assalto, ou num golpe financeiro e etc, do que algo de benéfico que alguém tenha
feito pelo país. Reclamar e ficar chorando problemas encheu o nosso saco por hora, e
resolvemos mudar o foco na música. Fizemos um disco pra nos sentirmos bem. Sabe aquela
coisa "Pra que serve esse disco"? No Mais do que ontem e menos do que
amanhã... trazemos uma Rosa Azul às mãos como símbolo de que nada é impossível
quando o amor está presente. Não estamos alheios aos problemas do país, não mesmo.
Todos nós sofremos com essa roubalheira que está por aí. Mas pensamos que quando uma
pessoa resolve sair de casa pra ir a um show, ela quer se divertir, namorar, cantar, a
última coisa que ela quer é alguém no palco falando de mais problemas além dos que ela
já tem no dia-a-dia. O nosso novo álbum fala de soluções, fala de Beijar na Boca e ser
feliz, fala de abraçar e tocar o rosto, fazer carinho, fala de esperança, têm uma
música com o nome de Roberta em homenagem as Robertas... rsrsrs. Tem até um fato
inusitado onde colocamos uma fã do Cogumelo dividindo vocal com o Blanch na faixa
Adormecendo, enfim, no nosso site
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