A polêmica dos CDs promocionais |
Se já não bastasse a polêmica da pirataria em torno dos CDs, o mercado já começa a sofrer os efeitos de outra crise pertinente a esse produto. Dessa vez o burburinho se concentra na distribuição de álbuns promocionais dos artistas sertanejos. A briga entre eles é grande. A excelente matéria do jornalista André Piunti, no Portal Uol, no dia 26/06, deixa claro a situação dessa queda de braços. De elemento central na estratégia de vendas, o disquinho compacto barateou a ponto de ser usado como material de divulgação, um tipo de panfleto para artistas que, apesar de não tocarem abertamente no assunto, geralmente se aproveitam da prática. Enquanto as editoras fazem vistas grossas, já que a técnica vai a contramão de seu próprio negócio (a venda de CDs), duplas de sucesso chegam a distribuir 1 milhão de discos por ano em rodeios, shows e por meio de carros que rodam o país fazendo promoção. É preciso ter um certo cuidado quando comentamos sobre uma polêmica, onde há uma grande massa de artistas envolvida. Antes de mais nada devemos lembrar que o CD ou DVD promocional é normalmente usado para promover produtos, serviços, marcas e principalmente artistas. Seu conteúdo pode variar de imagens, vídeos, jogos e músicas. Muitas bandas e artistas preparam esses materiais promocionais e distribuem gratuitamente em shows, feiras e eventos apresentando um novo projeto potencializando aos fãs conhecerem as canções e letras. A distribuição em massa de CDs promocionais deu certo primeiro no Nordeste brasileiro e depois se tornou fundamental para artistas sertanejos, tanto iniciantes quanto os já consagrados. Lá, como as bandas de forró são independentes, a distribuição não é problema pra ninguém e por isso não encontrou resistência até então. Sinceramente não vejo problema algum na distribuição desse tipo de material. Essa polêmica nem era pra existir. Lógico que alguns artistas vão ser contra dizendo que há muita gente envolvida no projeto, bastante dedicação e tem que dar valor a isso, porém é melhor o próprio artista divulgar algo promocional aos seus fãs do que os próprios fãs, por não poderem pagar mais caro em um produto original, acabarem recorrendo ao produto pirateado. Além do mais, para os músicos iniciantes esse esquema é uma mão na roda, já que eles não têm dinheiro pra competir com os grandes em shows, rádios e não possuem gravadoras. Então a existência de CDs desse tipo ou a um preço baixo é fundamental, haja vista que ajuda muita gente pequena a ganhar espaço na mídia. E cá pra nós, é bastante comum um contratante, quando compra um show, copiar mil ou dois mil CDs para divulgar a festa pela região. Faz parte do contrato e isso só beneficia o artista que tem suas músicas ainda mais conhecidas, quando o álbum chega no mercado. E o artista que é contra essa prática tem que entender que com o advento da Internet hoje ninguém mais depende mais de CDs. A utilidade dele é distribuição de forma barata. Com os novos formatos de mídia há pessoas que preferem colocar tudo num pen drive ou qualquer outra ferramenta do gênero que cabe até mil músicas a ficar acumulando aquele monte de CDs. É preciso ter bom senso nesse momento e deixar as vaidades de lado. A música tem que estar sempre em primeiro lugar, meus amigos ! O resto, é conversa...
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