Músico de Bar: uma ajuda crucial para driblar a crise |
A vida boêmia não é mais a mesma. A forte crise financeira que assola o
país vem afastando os clientes e obrigando os empresários da gastronomia a
buscarem novas receitas para sobreviver em meio à turbulência. Com a
inflação e o medo do futuro, as pessoas cortaram o lazer. O jeito foi o
comerciante adotar medidas drásticas para equilibrar as contas diante desse
cenário indigesto. Enquanto uma parte inventa promoções do tipo paga um e
leva dois, agrega itens mais baratos ao menu, reduz o preço da tão cobiçada
cerveja, passar a fechar mais cedo, diminui o quadro de funcionários outra
parte se concentra na redução de despesas por meio de ações como
uso consciente de água, luz e gás, renegociação com fornecedores e
organização de equipes mais eficientes. É meus amigos, não está fácil pra
ninguém. Na Bahia, por exemplo, parte dos clientes sumiu e aqueles que
ficaram estão gastando 40% a menos. E este é apenas um dos diversos números
ruins para o setor. De acordo com um levantamento 25% dos postos de trabalho
foram extintos - 4 mil demissões - só no primeiro trimestre do ano passado e
houve aumento de 25% no número de extinções de empresas de bares e
restaurantes em relação ao mesmo período de 2015. Em todo o estado, cerca
de1.185 estabelecimentos encerraram as atividades também entre janeiro e
março de 2016. No Rio de Janeiro a coisa também não é diferente. Nos
últimos três meses, reflexos da crise no mercado da gastronomia
levaram à lona endereços cariocas com décadas de atividade. Em tempos de vacas magras é preciso criatividade. Buscar um
algo novo e apostar em coisas que motivem o cliente a ter o prazer de
consumir. E nesse momento turbulento que passamos o maior aliado para
driblar a crise que assola o país é o músico de bar. É nele que os
comerciantes devem depositar suas fichas num futuro melhor. É a
sobrevivência de sua empresa que está em jogo. Acredito que a hora é a mais
propícia para você, empresário do ramo, adotar a música ao vivo como medida
crucial, a fim de animar a programação da Casa e trazer de volta uma
clientela ávida por coisas novas. É bem verdade que para isso acontecer o couvert artístico tem
que ser deixado de lado. Sei que muitos clientes torcem o nariz quando vem
aquela cobrança, por pessoa, inserida na conta final. Pelo menos por
enquanto ela tem que ficar de fora para que não afaste o público que ali
está para buscar um entretenimento. De nada adianta querer que a demanda dos
clientes aumente se você aumenta a conta da mesa com essas cobranças extras.
Agora, você, músico de bar, se quer ir mais além na
profissão, mostrar o seu valor e não ficar no ostracismo precisa também
ajudar. Essa não cobrança do couvert tem que partir de você. Atente-se:
muitos artistas que hoje aí estão, na crista da onda, começaram a se mostrar
para as pessoas, sem ganhar nenhum vintém. Nessa hora o mais importante é
mostrar serviço, pois o sucesso vai chegar. É só acreditar. Sei que é
difícil trabalhar algumas horas e não ganhar nenhum dinheiro em troca, mas o
que está em jogo é sua sobrevivência futura, sua carreira. Nesse momento de
tempestade é preciso negociar algo que faça você se manter no cenário. A
recompensa vem depois. Até porque a partir do momento que os bares e restaurantes
começarem a fechar as portas, menos oportunidades você terá para se
apresentar. As portas precisam ficar abertas, mesmo que seja necessário um
sacrifício momentâneo. Dou o maior apoio para que tanto você como os
comerciantes cheguem num entendimento e vejam que essa união poderá trazer
frutos futuros. Portanto, você, músico amador, essa é a hora de mostrar seu
valor. Visite todos os bares de sua região e faça ver aos comerciantes que
dividir espaço entre sua música e o menu da Casa é melhor opção para atrair
a clientela. E você, dono de bar que está lendo esse artigo. Deixe de lado
as implicâncias ou mesquinharias e saia do vermelho abrindo o espaço para
esse tipo de profisssional. Lembre-se: quem for menos criativo é quem paga a
conta depois.
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