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Por trás da carreira solo |
``Somos grandes amigos e permaneceremos juntos pra sempre``. Esse é o discurso que todo grupo de pagode ensaia no decorrer da carreira, mas não é bem assim que a banda toca. No ínicio, quando ainda são pequenos, sem fama, sem recursos, suas bagagens são compostas apenas de sonhos e ambições. O tempo vai passando, e com o aumento da fama e do dinheiro, tudo vai mudando. Carro do ano, mulheres de todos os tipos e todas as idades e os penteados, até então simples, ficam modernos com a combinação dos novos figurinos. É, isso é o que a fama traz para todos que um dia almejavam ela. Mas as mudanças não páram por aí. A maneira de pensar é o que mais nos causa estranheza. O que antes era uma relação de amizade, depois acaba se transformando numa situação de intrigas e desuniões. Chegamos ao ápice da questão. Toda essa história foi contada apenas para retratar o que vem acontecendo de uns tempos pra cá no cenário do samba e pagode do país: a saída do vocalista do grupo para uma carreira solo. A princípio seria simples se fossem fatos isolados, mas quando todos os principais grupos desfazem-se de seu líder, pode ter certeza que tem muito mais coisa escondida por aí. A velha desculpa usada por todos é a de que era um sonho antigo gravar músicas com um estilo diferente e por essa maneira veio a separação. O que vocês acham disso? Conversa pra bói dormir ou independência mesmo? Bom, a lista de vocalistas que deixaram os grupos para uma carreira solo é grande. Só pra citar alguns, podemos destacar Belo, ex-Soweto, Vavá, Ex-Karametade, Netinho, ex-Negritude Jr., Waguinho, ex-Morenos, Leandro Lehart, ex-Art Popular, Márcio, ex-Desejos. E podem esperar, que vem muito mais por aí. E um fato curioso que surge em meio a essa tempestade é de que todos esses grupos que não estão mais com seus antigos vocalistas deixaram de ser destaques na mídia e assumiram papéis secundários. E incrivelmente quem se deu bem foram os próprios intérpretes que decidiram seguir carreira solo. Belo e Vavá, por exemplo, se tornaram popular romântico e estão arrebatando fortunas. O ex-vocalista do Soweto, vendeu quase 1 milhão de cópias de seu 1o. disco solo "Desafio" e o ex-vocalista do Karametade, depois do lançamento da carreira solo no Japão, comemorou seu disco de platina, pela venda superior a 250 mil cópias. O que nos interessa na verdade destacar é que o ex-vocalista, agora independente, começa a ganhar o dinheiro e a só dividí-lo com a gravadora, pois já não existe mais os intermináveis integrantes do grupo para compartilharem os ganhos.A satisfação é tamanha tanto para uma parte como para a outra que não precisam dividir o lucro com terceiros. E se pelo lado dos ``novos cantores`` está tudo bem, por outro as coisas estão nebulosas. Depois da saída de Belo, o Soweto já trocou de vocalista pela segunda vez e já não tem mais aquele pique na mídia. Os Morenos, mesmo sem Waguinho, venderam em média 50 mil cópias, mas estão sumidos também. O Karametade tem Samyr como vocalista, mas ainda não se decidiu sobre os planos do grupo. O Negritude Jr, ficou afastado do mercado após a ``expulsão`` de Netinho de Paula da banda e agora lança o seu novo CD "Atitude" em bancas de jornal com Wagninho como líder do grupo. É dessa maneira que estão as coisas. Isso só pra citar alguns, eim? Mas em meio a esses
casamentos desfeitos, muitas questões podem ser levantadas. Será que se todos esses
vocalistas permanecessem em seus grupos até hoje, ainda estariam no apogeu? Será que
eles saíram mesmo por opção de vida ou pra ganhar mais e não ter que dividir com os
demais integrantes? Será o fim do pagode no Brasil? Cadê todos os grupos que antes eram
sucessos de vendas e hoje não passam de meros figurantes? Trairagem ou Opção de Vida?
Bom, você decide, até porque acabei de receber a informação de que mais mais um
vocalista está indo para uma carreira solo. Será que virou moda isso?
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