Uma parceria de sucesso |
A cada ano que passa novos valores da música se lançam nesse mercado cada vez mais concorrido. Uns dão certo, outros ficam na metade do caminho esquecidos, e outros desistem por pura falta de oportunidades. Pensando nisso, ex-integrantes de grupos de pagode agora em carreira solo, Alexandre Pires e Netinho de Paula estão juntos numa nova empreitada que promete ajudar todos esses jovens valores e até os que já tem um certo nome na praça, mas estavam no anonimato. Os dois comandam o selo Da Massa Records, cuja missão é lançar novos artistas e resgatar outros que ficaram esquecidos no passado. Se pensar na quantidade de grupos de pagode que surgiu nos anos 90 e vir quantos ficaram, nosso saldo é muito baixo. A gente está tentando se organizar para recuperar isso, explica Netinho. Com orçamento de R$ 4 milhões por ano, a dupla já começou a investir: relançaram disco de Eliana de Lima e assinaram com Os Travessos. Eliana foi a primeira artista de samba a vender um milhão de discos. É como uma diva da gente aqui em São Paulo, diz Netinho, sobre a cantora dos versos agora estou sozinha precisando de você e você não está por perto pra poder me ajudar. Além de gravar discos, a Da Massa vai cuidar do artista. figurino, shows, até em questões pessoais eles vão poder interferir. Vale lembrar que Netinho e Alexandre vão investir também no lançamento de um grupo infanto-juvenil de black music e pretendem fazer um reality show. O que posso dizer que toda essa idéia é bárbara. Os dois são grandes representantes da música nacional. Alexandre, então, tem um nome forte no mercado estrangeiro. É louvável a atitude dos dois de lançar novos artistas e recuperar outros, pois nossa música não pode ficar nessa mesmice. É preciso ter uma renovação. Muitas vezes artistas que fizeram parte de grandes gerações não conseguem manter mais seu trabalho em consequência da falta de gravadoras interessadas. A maioria só está disposta a ``criar modelos`` para colher frutos financeiros a curto prazo. Eu vejo por aí muitos bons valores que desistem no meio do caminho justamente por causa dessa falta de investimento. Oportunidades como essa podem servir de incentivo para que outros grandes nomes da música brasileira se engajam nesse planejamento. A classe tem de ficar unida sempre. Temos que dar um basta nas decisões pessoais das grandes Gravadoras. Já ficou provado que o importante é o cantor e a música que ele pode proporcionar a nossos ouvidos. Muitos artistas, que têm estourado aí ultimamente, estão vindo de gravadoras pequenas, com pouco nome. O futuro da nossa música que está em jogo. Ainda bem que existem pessoas como Alexandre e Netinho que estão pensando sério. Será que nenhum outro nome de peso vai propor algo melhor e benéfico pra música de nosso país? Temos que ser pioneiros nisso. Vamos acordar, moçada !
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