A música como poder de cura |
Estive ausente durante o mês passado para curtir minhas merecidas férias. Estou de volta e mesmo um pouco afastado do notíciário musical pude perceber que pouca coisa mudou. O jabá continua predominando, as oportunidades aos novos talentos estão cada vez mais escassas, os preços dos CDs continuam bastante elevados e a pirataria ainda é a grande vilã da história. Bom, mas nessa minha coluna de novembro pretendo falar de coisas mais amenas. Não quero começar descascando pepinos. Vamos dar tempo ao tempo pra ver se as coisas se ajeitam. 2007 já tá logo ali, não é mesmo? Meu tema de hoje é em relação à música como terapia, ou seja, o poder que ela tem para amenizar os males da vida. Para quem não acredita que a música tem uma eficácia muito grande contra as doenças e principalmente contra o estresse é porque ainda não vivenciou esse processo. Já tive a oportunidade de conviver com pessoas que conseguiram se curar de forte carga emocional através da música. Isso sem falar em relatos que pude observar em livros relacionados ao assunto que comprovam que a música é melhor terapia que existe para esses fins. Ao mesmo tempo é fundamental desconstruir a ilusão, um tanto freqüente, de que a música, em um contexto terapêutico, possam levar o indivíduo, que sofre, a transcender todos os seus problemas de uma vez. É preciso deixar claro que a música não cura de vez uma doença seja ela psicológica, física ou emocional. Ela apenas contribui e muito para erradicar esses males. A força de vontade nessas ocasiões é super importante. Cientes de que a música pode ser uma grande aliada no combate às doenças, especialistas do mundo inteiro desenvolveram a musicoterapia que nada mais é que uma forma de tratamento que utiliza a música para ajudar as pessoas a tratar problemas tanto de ordem física quanto de ordem emocional ou mental. As indicações da musicoterapia são variadas. Ela tanto pode ajudar crianças com deficiência mental quanto pacientes com problemas motores, aqueles que tenham tido derrame, os portadores de doenças mentais, como o psicótico, ou ainda pessoas com depressão,estressadas ou tensas. Tem servido também para cuidar de aidéticos e indivíduos com câncer. Não há restrição de idade: desde bebês com menos de um ano até pessoas bem idosas podem ser beneficiadas. O musicoterapeuta pode utilizar apenas um som, recorrer a apenas um ritmo, escolher uma música conhecida, levar o paciente a criar sua própria música, a cantar ou a dançar. Tudo depende da disponibilidade e da vontade do paciente e dos objetivos do musicoterapeuta. A música ajuda porque é um elemento com que todo mundo tem contato. Ela não cura, mas trata. A música como terapia torna os obstáculos da doença mais amenos. Um bom exemplo do auxílio da música em relação às doenças diz respeito ao tratamento do Mal de Alzheimer. Já pude ler relatos que a musicoterapia ajuda a estimular a memória, a atenção e a concentração, o contato com a realidade e o esforço da identidade. Trabalha-se ainda a estimulação sensorial, a auto-estima e a expressão dos sentimentos e emoções. Vale lembrar que essa doença é progressiva e degenerativa e entre seus primeiros sinais estão os esquecimentos, a dificuldade de estabelecer diálogos, as mudanças de atitude e a atenção e a concentração diminuídas. E por fim podemos dizer que a música ajuda e muito também no relaxamento. Ela é eficaz ao possibilitar o indivíduo a interiorizar a sua atenção. O efeito massageador do som no corpo e no sistema nervoso produz excelentes resultados, como um sono profundo e repousante. É claro que isso só é válido para certas músicas, pois, dependendo da atividade, deve-se adotar outro ritmo. É minha gente, conforme diz a sabedoria popular, quem canta, seus males espanta !
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