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Os 100 anos

do frevo


Gênero é transformado em patrimônio imaterial do Brasil

(12/02/2007)

O Carnaval está aí. Vários blocos atraindo multidões, agremiações fazendo os últimos ajustes para os desfiles e as cidades se enfeitando pra receber os foliões pelas diversas partes do país. Mas um fato importantíssimo no meio dessas comemorações não pode passar em branco: os 100 anos do frevo, um dos maiores gêneros musicais característicos da cultura popular de Pernambuco. Para preservar ainda mais esse movimento e como parte das comemorações centenária , o ministro da Cultura, Gilberto Gil, anunciou que o frevo foi homologado como patrimônio imaterial do Brasil.  O patrimônio cultural imaterial são as práticas, as cerimônias, o artesanato, a música e a dança características do país. A resolução foi tomada no início de fevereiro, após reunião do Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural do Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), realizada na sacristia da Igreja de São Pedro dos Clérigos.

É muito importante que o povo brasileiro fique ciente do que representa esse gênero para a cultura de nosso país. No momento em que ritmos simples ganham espaço nas rádios e programações televisivas é fundamental preservarmos esse movimento por toda sua grandeza histórica. O Carnaval de Recife, nesse ano, não poderia deixar de abordar a comemoração do centenário do frevo. Promete ser uma grande festa popular para consolidar de vez esse gênero. Já estive por lá no carnaval passado e constatei que o povo sabe, como ninguém, destacar e tratar o frevo como ele merece.

Vale lembrar que o frevo nasceu em 9 de janeiro de 1907 quando a palavra foi publicada pela primeira vez, no extinto Jornal Pequeno. O pesquisador Evandro Rabello descobriu uma resenha sobre um ensaio do clube Empalhadores do Feitosa, que tinha como um dos sucessos a música O frevo. Mas a expressão popular já era usada há muito tempo e vem de ferver, ou seja, agitar, animar, como o ritmo é conhecida é até hoje. O ritmo foi inicialmente chamado de marcha pernambucana, pois era tocado por bandas militares. O povo costumava fazer letras para os sons e assim criou-se um fasto repertório de frevo.

Depois da popularização, o frevo foi dividido em categorias. Há o de rua - que é apenas instrumental -, o frevo-canção - conhecido por ter uma introdução forte do ritmo seguida de uma canção -, e o de bloco, tocado por orquestra de pau e corda e cantado. A dança, associada ao ritmo animado das músicas, com o tradicional colorido, surgiu com os blocos, em 1995. Grupos de pessoas fantasiadas saiam às ruas, principalmente em época de Carnaval, para dançar, pular e animar ao som de batuques do frevo.

O Brasil é um dos países mais ricos em termos de gêneros musicais. Acho que precisamos resgatar mais esses ritmos antigos e trazer a tona para que os mais novos possam ficar conscientes dessa beleza. Marchinhas, frevos, sambas antigos e por aí vai. Quanta coisa boa reunida. Falta coragem pra colocar isso tudo em pratos limpos. Bom, enquanto isso não acontece vamos aproveitar o Carnaval que é o que temos de melhor até o momento. Por isso galera, boa folia a todos e lembrem-se: beba com moderação, evite brigas e não esqueça de levar e usar sempre sua camisinha, heim?! Paz pra todos !


Marcus Vinicius Jacobson

Jornalista e diretor do MVHP - Portal de Cifras
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