ENTREVISTA
ESPECIAL: Fundo de Quintal
Isso
é fundo de quintal, é pagode pra valer
Sinônimo do pagode no Brasil, Fundo
de Quintal revela-se para seu público
``Ser sambista é ver, com os olhos do coração. Ser sambista é crer, que existe uma solução. É a certeza de ter escolhido o que convém. É se engrandecer e sem menosprezar ninguém. Aconselho a você que seja sambista também``. Esse pequeno trecho reflete a essência de um dos grupos mais antigos de samba do Brasil e um dos precursores do movimento: o Fundo de Quintal. O tempo passou e muito aconteceu, mas mesmo assim o grupo não perdeu a identidade e a cada ano que passa se torna uma referência em matéria de pagode. São 21 anos na estrada e o grupo nesse período vendeu milhões de discos, recebeu por inúmeras vezes vários discos de ouro e vários de platina sendo o primeiro no gênero a atingir vendagem superior a 500.000 cópias. Além de tantos outros prêmios conquistados, o maior prêmio da Música Popular Brasileira, PRÊMIO SHARP em seus 12 anos de existência tem o Fundo de Quintal como recordista em premiação: venceu por 10 vezes, sendo 7 consecutivas como o melhor Grupo de Samba. Criado no fim dos anos 70 a partir do bloco carnavalesco Cacique de Ramos, no Rio de Janeiro, o Fundo de Quintal tornou-se uma referência no estilo original do pagode. Composto principalmente por sambistas da escola de samba Imperatriz Leopoldinense, o grupo teve Beth Carvalho como madrinha e se caracterizou por usar instrumentos até então pouco comuns em rodas de samba, como o banjo, o tam-tam e o repique de mão. Alguns de seus maiores sucessos são "E Eu Não Fui Convidado", "Boca sem Dente", "Parabéns pra Você", "Andei, Andei", "Do Fundo do Nosso Quintal", "Só pra Contrariar", "Miudinho", "Não Vai na Conversa Dela", "Sonhando Eu Sou Feliz", "Malandro Sou Eu", "Tô Que Tô". Seus fundadores foram: Almir Guineto, Jorge Aragão, Neoci, Sereno, Sombrinha, Ubirajara (Bira Presidente), Ubirany. Arlindo Cruz e Valter Sete Cordas entraram mais tarde. A formação atual do grupo Fundo de Quintal é: Bira Presidente no pandeiro; Ubirany no repique de mão; Mario Serghio no cavaquinho e voz; Cleber no violão e voz; Sereno no tantã; Ronaldinho no banjo e voz; e Ademir na bateria. O vocalista do grupo Mário Serghio, representando o Fundo de Quintal, nos recebeu para uma entrevista leve e descontraída, na qual ele vai direto ao assunto em muitas questões. Mário nos revela tudo sobre os próximos passos do grupo, projetos, carreira e aborda alguns temas polêmicos. Confira! SITE OFICIAL -> http://www.fundodequintal.com.br |
Marcus Vinicius Jacobson
Reportagem
Entrevista publicada no dia 04/06/2002
3)Existe algum trabalho realizado por vocês que o grupo acredita que tenha sido o melhor ou não tem preferência? Cada filho é um ser. Essa é a única coisa que temos a dizer! 4) Fale pra gente sobre o novo CD do grupo que, inclusive, já tem dois sucessos nos topos das paradas: Papo de Samba e Capa de Revista. As músicas tocadas agora são Papo de Samba, Pintando o Amor, Capa de Revista e várias outras de toda a carreira do Fundo independente de mídia. O público é quem manda.
7) Samba e pagode são duas coisas completamente diferentes. Mesmo assim, muitos grupos de pagode, se consideram tocando samba e vice-versa. Qual a opinião de vocês sobre essa polêmica ? Por desconhecimento utilizam esses dois termos se referindo a uma coisa só, mas não é nada disso. Tem muito mais coisa aí no meio. Samba é samba. 8) O mercado musical brasileiro é muito manipulado pela mídia. Vocês acham que sofrem essa manipulação ou já conquistaram seu público independentemente do controle da mídia? O nosso verdadeiro samba é o carinho e respeito que temos para com o nosso público. Devemos o nosso trabalho a eles.
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