ENTREVISTA
ESPECIAL: Paulinho Moska
Moska
alça vôos inovadores
Cantor encurta o nome, busca uma nova
sonoridade e reaparece com um trabalho mais maduro
Um ser "mutante", "inovador" ou "incomparável". Assim é Paulinho Moska, um cantor de dezenas de facetas, sempre brindando o público com algo novo. Encarando a música como um meio de reflexão e expressão social, Paulinho pode ser considerado como um dos artistas de destaque dessa nova safra que vem surgindo por aí. Suas canções apresentam uma sonoridade diferente, e muitas vezes expressam a vida do jeito que se apresenta para ele. Carioca, Moska, assim como ele quer se conhecido agora, passou a infância e a adolescência ouvindo rock e música brasileira. Aprendeu a tocar violão aos 13 anos com o irmão mais velho e depois fez amizades com outros músicos, até decidir ser ator, em 1983, quando matriculou-se num curso de teatro ao invés de prestar vestibular. Atuou também em filmes para cinema ("A Cor do Seu Destino", "Um Trem para as Estrelas", "Kuarup e outros) e integrou o grupo vocal Garganta Profunda, que cantava um repertório bastante eclético. Em 1987 uma dissidência do Garganta (inclusive Moska) formou a banda de rock-pop Inimigos do Rei, que emplacou dois sucessos: "Uma Barata Chamada Kafka" e "Adelaide", músicas caracterizadas pelo humor. Em 1992 decidiu sair do grupo e iniciar carreira solo, gravando no ano seguinte seu disco de estréia, "Vontade", basicamente de rock. Ao ser intitulado como "roqueiro" pela imprensa, Paulinho Moska começou a se questionar muito e mergulhou no mundo da filosofia se interessando também por outras formas de arte. Deixando isso bem claro em seu segundo disco, "Pensar é Fazer Música" (95), mais pop com toques de MPB. Depois vieram "Contrasenso" (1997), o ao vivo "Através do Espelho" (1997) e "Móbile" (1999), sempre caracterizando-se pelo ecletismo na sua produção. Alguns de seus sucessos são "Último Dia" (com Billy Brandão), "A Seta e o Alvo" (com Nilo Romero) e "Me Chama de Chão" (com Branco Mello/ Fernando Zarif). O artista esteve reunido comosco e, de forma gentil, conversou com nossa equipe, falando sobre sua carreira, seu mais recente disco e os novos projetos que estão por vir. Confira ! SITE OFICIAL -> http://www.paulinhomoska.com.br |
Marcus Vinicius Jacobson
Reportagem
Entrevista publicada no dia 10/12/2002
3) Fale pra gente sobre seu mais recente trabalho, intitulado Eu Falso da Minha Vida o que Quiser. É um disco denso, com letras pesadas que me machucam até hoje. Não o considero triste, mas ele não é feliz. Acho que tem esperança nas dores dele. Esse ser híbrido entre a felicidade e a tristeza me interessa, a dor feliz, o sorriso melancolico. Expressa bem a vida do jeito que ela se apresenta para mim. Musicalmente, é o meu segundo trabalho com o quarteto Mobile/Moska, mais maduro, as composições são cheias de imagens. Acredito que eu tenha definido melhor meu estilo de escrita nesse disco. 4) Nesse novo disco houve alguma preocupação em torná-lo com a mesma essência que o "Móbile" ou foi uma conseqüência natural do seu processo criativo? Na verdade o que a gente projetou no Mobile só pôde amadurecer na estrada. Acho que a tal da essência é a sonoridade do quarteto que foi sendo apurada.
7) O Cd anterior Móbile tem concepção sonora muito diferente dos outros discos produzidos antes. Você planejou essas mudanças ou acredita este álbum foi mais experimental? Eu queria realmente encontrar uma sonoridade diferente, estava cansado daquele velho formato baixo-bateria-guitarra-teclado. Estava escutando muita musica eletrônica mas não queria fazer um disco eletrónico. Procurei musicos que também tivesse essa busca nos seus trabalhos. Experimentar a eletrônica sem deixar de ser brasileiros: Sacha e Suzano. 8) Nesse novo álbum é a primeira vez que toca guitarra em um disco. Sentiu muita diferença em relação ao seu velho companheiro, o violão? Eu venho trabalhando com pedais de guitarra no violão já a uns três anos. O salto não foi tão grande por isso. Como se eu estivesse caminhando para ela. Não sou um guitarrista, mas dei minhas cassetadas...
|