ENTREVISTA ESPECIAL :  Rastapé


A nova cara do forró

Rastapé se destaca no forro universitário e é um dos grupos que traduzem a transformação do gênero

O som da sanfona e da zabumba tomou mesmo conta do cenário musical brasileiro. E o Rastapé, um dos expoentes  do forró universitário, tem toda responsabilidade sobre a transformação em que passa o gênero, oriundo do Nordeste.  Formado em São Paulo em 1999 por Seu Jorge (acordeon), seus filhos Tico (guitarra, violão) e Jorge Filho (percussão e voz), todos três naturais da Paraíba, e dois paulistas, Jair (triângulo e percussão) e Marquinhos (zabumba ), o grupo arrasta multidões por onde passa e vem se firmando cada vez mais nesse mercado concorrido e em crise devido à queda das vendas de Cds. Muitas feras da música apreciam o trabalho do grupo. Só pra ter idéia, o Rastapé já foi aplaudido de perto por nomes como Elba Ramalho, Gilberto Gil , Geraldo Azevedo e Alceu Valença, entre outros.

A história do Rastapé remonta o auge do forró universitário. No final dos anos 90 vários jovens do sudeste do país na maioria universitários, impulsionados por trios como Virgulino, Sabiá e Xamego, trocaram a mania de fazer rock nas garagens, por fazer forró nas praias, praças e festas em São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. No começo de 1999, os amigos Marcos Antônio Morato e Jair dos Santos compraram sanfona e zabumba para tocar forró. Jair abandonou o emprego na bolsa de valores e Antônio largou a banda de pagode para se unirem ao sanfoneiro paraibano Jorge Longuinho e seus filhos Chiquinho e Jorge Filho. Na Paraíba, o trio fazia cover da Legião Urbana. A partir daí o sucesso não parou mais. O forró finalmente foi para a mídia e o Rastapé, em especial, decolou e figura no topo das paradas até os dias de hoje.

Em 2000, o grupo começou se apresentando nos espaços abertos em São Paulo para acolher o verdadeiro "boom" do forró entre os jovens de classe média, e em 2000 lançou, pela Deck Disc, o primeiro disco, O Som do Forró, em que interpretavam clássicos do gênero (Dominguinhos, Luiz Gonzaga). O disco teve mais de 300 mil cópias vendidas. Pouco tempo depois - em 2002 - lançaram outro trabalho, Fale Comigo, desta vez com composições próprias. Esse arrebatou mais de 100 mil cópias vendidas. Eles trazem em Fica Comigo composições do grupo e de outros autores. O disco contém xotes mais cadenciados e pé de serra (que seguem o estilo tradicional do forró, tocado por Jackson do Pandeiro e Luis Gonzaga). Amor de Rastapé, uma das músicas mais tocadas nos forrós, Forró Universitário, Embalo do Forró e Namoro são algumas das 15 faixas do álbum.

Em 2004 a banda lançou Pode Relampejar, o 3º álbum, que mostra uma fusão do xote com o reggae. Sem perder as características que tornaram seus discos tão populares, o Rastapé classificou essa miscigenação como uma evolução natural da carreira. Em 2005, o grupo se consolidou ainda mais com o CD Ao Vivo intitulado Cantando a História do forró. Neste trabalho, a  banda faz uma releitura de clássicos do gênero, como Procurando Tu, que conta com a participação do Trio Nordestino, Fafá de Belém e Mariana em um pot-pourri em homenagem a Alceu Valença, com Tropicana e Anunciação. Outros destaques do CD são as instigantes Colo de Menina, que conta com uma participação incansável do público, e Feira de Mangaio.  Dando um show à parte, Alcione cantou Pedra de Responsa, de Zeca Baleiro. A versão dessa música mostra a criatividade do grupo ao transformar a bela canção do compositor maranhense em um ritmo quente como o forró.

Agora o Rastapé já está preparando o novo trabalho que se depender da bagagem do grupo, será um sucesso. A música de trabalho já pode ser ouvida no site e nas principais rádios do país. Para falar um pouco mais sobre a vida da banda entrevistamos o vocalista Jorge filho. Veja, abaixo, tudo que ele tem pra dizer !

Site:

http://www.rastape.com.br

Marcus Vinicius Jacobson

Reportagem

Entrevista publicada no dia 28/05/2008

1) Qual o balanço que vocês fazem desses 9 anos de carreira ?

Quase um milhão de cópias vendidas, muitos shows nacionais e internacionais e um trabalho constante já há quase dez anos.

2) O forró universitário estourou no país todo em 2000 e vocês ao lado de outras bandas, foram um dos grandes expoentes desse gênero. Como se sentiram diante desse feito ?

Orgulhosos com a grande responsabilidade de carregar o nome da história do forró.

3) As músicas de vocês atraem uma legião de fãs pelo país a fora. Qual o segredo dessa mistura de sucesso ?

Com certeza porque o forró nos proporciona isso, por ser um ritmo brasileiro e tem uma dança contagiante que faz com que tenhamos um desafio em cada CD, que nos faça buscar um forró mais quente que o outro além de nos possibilitar ir um pouco além e transmitir nossas mensagens nas nossas músicas.

4) Como é o relacionamento de vocês com outros grupos do gênero ?

De grande respeito e admiração sempre. Pois quando se trata de um ritmo que está a quase cem anos no domínio público, um gênero que tem grandes mestres que além de serem grandes artesãos da música brasileira, são exemplos de humildade e profissionalismo.

5) Fale pra gente um pouco mais sobre o mais recente trabalho lançado pelo grupo.

Estamos atualmente trabalhando em um novo projeto. Depois de termos feito vários trabalhos homenageando os mestres da nossa música, Esse novo projeto é autoral, pois também esperamos contribuir para a música brasileira.

6) Como vocês estão vendo o momento do forró atualmente?

Depois de passado todo esse processo ao longo do tempo, o forró rompeu muitas barreiras e hoje até esquecemos que o berço do forró é no Nordeste, uma vez que, outras regiões do Brasil, com a grande força de Luiz Gonzaga aderiram ao ritmo. No Sul e no Sudeste o forró universitário foi decisivo para quebrar de vez mais uma barreira do preconceito. Preconceito esse que por falta de contato com o estilo, as pessoas pré-julgaram e em seguida passaram a conhecer, descobrindo mais um gênero musical.

7) Vocês acreditam que a mídia continue atualmente dando o mesmo espaço para o forró que dava anos atrás ?

No início de nossa carreira não foi fácil fazer com que a mídia acreditasse em nosso trabalho. Mas logo em seguida perceberam, o tempo fez com que percebessem que ganhariam muito com essa parceria pois o público brasileiro já estava aderindo ao nosso trabalho. Atualmente sempre que temos um trabalho novo em mãos, temos as portas abertas para divulgá-lo pois conquistamos além do espaço, muitos amigos que abrem essas portas.

8) Qual a maior conquista que o grupo teve até o momento durante essa carreira vitoriosa ?

O público em primeiro lugar, e depois, a permanência do nosso nome e trabalho já há quase dez anos.

9) Quais os próximos planos do Rastapé dentro da música ?

Como já havíamos dito anteriormente, estamos trabalhando em um projeto autoral.

10) Deixe um recado final pra toda galera que curte o Rastapé pelo Brasil a fora.

Obrigado a todos que continuam a nos acompanhar durante todos esses anos. Os nossos trabalhos não teriam significado se não fosse a força de vocês. Acessem o nosso site www.rastape.com.br e ouçam uma de nossas novas músicas de trabalho (Da Cor Do Verão). Um grande abraço a todos vocês.

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