ENTREVISTA
ESPECIAL : Ricardo
Chaves
É
o bicho ! É o Bicho !
Maior puxador de Blocos, Ricardo
Chaves mostra que, com alegria e vibração, o sucesso aparece
O Carnaval já acabou, mas aqui o agito continua a todo vapor. E para comandar esse bloco nada mais nada menos que o cantor e compositor baiano Ricardo Chaves, considerado um dos maiores puxadores de Trio elétricos do país. A energia viva que ele nos passa consegue mostrar que a música baiana vai muito bem das pernas e tende a crescer cada vez mais. Basta ver o sucesso que foi o Carnaval de Salvador para provar o que estamos falando. E Ricado participou dele com a mesma desenvoltura que lhe é peculiar transmitindo animação e emoção ao folião que o segue religiosamente em todos os carnavais do país. Por incrível que pareça a música não fazia parte da vida de Ricardo quando mais jovem. Ele nunca imaginava que se tornaria um dos principais cantores da axé music. Em 1981 Ricardo tinha uma idéia fixa na cabeça: queria porque queria terminar a Faculdade de Administração de Empresas e ir embora de Salvador de vez. Porém um acaso deixou isso pra trás. Naquele ano Durval Lélys (vocalista do Asa de Águia) estava escolhendo músicos para montar uma banda para um bloco de carnaval (Pinel). Ricardo, na época, tocava baixo na banda de rock Fim da Picada, e emprestou o estúdio de ensaios para essa seleção. Como não havia ainda cantor, Durval convidou Ricardo, que seria o vocalista temporariamente. E aos poucos, vendo o sucesso da música baiana explodir pelo Brasil afora, foi tomando gosto por essa carreira e desistiu da idéia de deixar Salvador. Porém, mesmo deixando a profissão de Administrador em segundo plano, o futuro artista fez questão de terminar a Faculdade. Então, depois de formado, Ricardo Chaves foi se envolvendo cada vez mais com a música. Em 1982, à frente da Banda Pinel, Ricardo fez seu primeiro Carnaval. Ele permaneceu na banda por cinco anos. Nessa mesma época, era o cantor da banda de rock Cabo de Guerra. Em 1986, foi convidado pela gravadora RCA para gravar seu primeiro disco-solo. Um ano mais tarde, puxou o Bloco Frenesi, já tendo contrato fechado com o bloco Eva para 1988, onde ficou até 1992. Em 1993, a música O Bicho era sucesso no Brasil inteiro e Ricardo Chaves a grande atração do Bloco Crocodilo, onde ficou três anos. Ricardo começou a tocar também nos carnavais fora de época por todo o Brasil. Depois do Crocodilo, assumiu o comando do Coruja e ficou até o carnaval de 2001. Em 2002, já começou estourando em seu retorno ao Bloco Crocodilo no Carnaval da Barra, com muita energia e vibração. Em 2003 não foi diferente. Ricardo tem um público bem definido, fiel e ávido para ser abastecido por suas novidades. Poucos artistas chegam ao 14º disco com o mesmo estágio que se encontrava no início da carreira. O último Cd do cantor Ricardo Chaves O Show, é o segundo Ao Vivo de sua carreira. O álbum, que foi gravado no espaço Downtown, Natal/RN, em outubro do ano passado, reúne cinco músicas inéditas, sete regravações de sucessos e duas homenagens ao trio elétrico de Dodô e Osmar e ao Bloco Afro Olodum. Agora, o cantor está já produzindo seu proximo álbum que será sucesso garantido. Estivemos reunidos com Ricardo Chaves que tem muita coisa a nos falar. Carreira, passado, presente e os próximos planos na música. Confira tudo aqui! |
Marcus Vinicius Jacobson
Reportagem
Entrevista publicada no dia 08/03/2004
3) Qual a sensação de ser referência do carnaval por onde você passa? Não posso negar que dá um orgulho, até porque quando comecei a cantar em trio, nunca pensei que a estética que nós fazíamos iria chegar a romper tantas barreiras.A musica que antes era feita só p/os dias de carnaval, hoje é ouvida em qualquer época do ano e em vários lugares do mundo.É claro que como em todos os estilos existem coisas boas e coisas muito ruins, mas no geral, a musica que passou a se chamar axé, cumpre muito bem o seu papel que é o de ser trilha sonora de momentos felizes. 4) Fale pra gente um pouco sobre seu mais recente CD. Olha, o último CD que eu gravei, foi o registro de um show feito em Natal antes de eu completar 10 anos puxando o Bicho Papão(meu bloco de lá). Eu acho que devia um registro em CD da minha relação com o público de Natal, nele tem algumas músicas que fizeram muito sucesso por lá e acho que o resultado ficou legal, foi um disco que teve sua venda só por internet e depois foi lançado em Portugal. Agora vou entrar em estúdio para gravar o próximo CD de carreira, uma música já foi lançada para o Carnaval chamada Bombou e outra deve ser veiculada nos próximos dias, é uma música linda de Petrúcio Amorim que se chama No Sangue e No Suor ela tb vai compor o próximo disco.As outras estou acabando de escolher.
6) O que você tem a dizer para essas pessoas que consideram que a Axé Music acabou? Acho que não tenho que dizer nada, só registrar que acabei de fazer o meu vigésimo terceiro carnaval em Salvador e que cidade estava mais lotada do que nunca, estou partindo para gravar o meu décimo quinto disco, continuo mantendo a minha média de shows e vejo que vários outros artistas do mesmo seguimento estão como eu, com as carreiras consolidadas, é só ver o que acontece com Ivete, Asa, Chiclete, Daniela, Timbalada, Araketu e tantos outros, o que acontece é que nós não somos mais novidade o que é totalmente diferente de termos acabado e se depender da disposição dessa galera, ainda faremos muita festa por esse mundo. 7) Quais os próximos projetos que você tem em mente para esse ano? Como falei antes, agora devo me dedicar a concluir o CD. Esse ano vou voltar a alguns lugares que estive fora nos últimos anos como é o caso da Micarande e como já foi a Micaroa, vou dar continuidade ao trabalho que venho fazendo em Portugal e ajudar a consolidar ainda mais os eventos que eu participo, em resumo, subir mais alguns degraus nessa escada que nunca termina. 8) No Ceará parece que você tem uma vendagem muito grande de Cd`s. O que isso representa para você? É muito legal se sentir querido em um lugar que não é o seu estado. Depois da Bahia, talvez o estado que eu tenha tocado em mais municípios seja o Ceará, ou em eventos normais ou em campanhas políticas, isso fez com que a minha relação com o público cearense se ampliasse além de Fortaleza. Tomara que esse novo CD tb seja bem recebido pelos cearenses.
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