ENTREVISTA ESPECIAL : Maskavo
O
reggae brasileiro em alta
Maskavo conquista cada vez mais o
público com um reggae um pouco diferente do original
Formada na Capital Federal há 13 anos, o Maskavo é o grande nome do atual cenário do reggae. Juntos, Marceleza (Vocais), Bruno (Baixo), Prata (Guitarra) e Quim (Bateria) fazem um trabalho coeso com a intenção de mostrar, através dos elementos musicais, um gênero que prega a paz e o sossego por onde passa. As conquistas na carreira são muitas. E tudo fruto de muita dedicação, suor e esforço que fazem dessa banda o maior referencial da cena independente do país. Para fortalecer ainda mais esse trabalho o grupo acaba de voltar ao mercado fonográfico com uma novidade para os fãs: o 5º cd e primeiro DVD Transe Acústico (lançamento da Orbeat Music). Nesse CD e DVD Transe Acústico, gravado em um dos teatros mais bonitos do Brasil, o Theatro São Pedro, em Porto Alegre, eles registraram 13 músicas de sucesso que marcaram a trajetória da banda - incluindo uma nova roupagem para Asas - com mais 2 inéditas. E para comprovar que eles vivem uma grande fase na carreira, o grupo acaba de realizar um show para lançamento do DVD no Citibank Hall, conceituada casa de Shows em São Paulo. Isso sem falar que estão concorrendo como melhor álbum de reggae no Prêmio Tim da Música Brasileira, e à mesma categoria ao Prêmio Dynamite e com melhor DVD ao Grammy Latino. Vale lembrar que o Maskavo é a banda de reggae que ficou conhecida por fundir o ritmo jamaicano com a pegada rock. Suas canções despertaramm uma nova dimensão às pessoas. Quando surgiu em 1993, o grupo era conhecido como Cravo Rastafari e e conceituada com uma banda de covers de reggae. Quando passou a atuar com repertório próprio, assumiu o nome Maskavo Roots. Ainda com esse nome, lançou seu primeiro CD, "Maskavo Roots", pelo selo Bangela, da WEA, em 1995. Os destaques do disco foram as canções "Tempestade" e "Escotilha", esta última incluída na trilha sonora do seriado "Malhação", da Rede Globo. Logo em seguida, abreviou o nome do grupo para Maskavo. Em 1997, ganhou o Prêmio Renato Russo da Fundação Cultural do Distrito Federal, resultando na prensagem de 1.500 CDs do disco "Melodia que conheço". No ano seguinte, dessa vez pela Sony Music, gravou "Se não guenta por que veio?". O disco contou com a produção de Paul Ralphes, galês radicado no Rio de Janeiro, e a participação especial de Samuel Rosa, do Skank, na regravação de "Tempestade". Os destaques foram a regravação do clássico de Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira, "Qui nem giló", e a composição própria "Vai, vai vai", que também fez parte da trilha sonora do seriado "Malhação". Em 2000, lançou o disco Já, também pela Sony. Em 2002 lançou Asas. Destaque para as faixas "Pra Ter A Paz", "Quando O Sol Nascer" e a música que levou o nome ao CD. No ano seguinte lançou o álbum Ao vivo em Atlântida, disco no qual incluiu três inéditas, entre elas, "Dona do céu, "Me faça um favor", "Difícil pra mim" e regravou "O amor não sabe esperar", sucesso do grupo Os Paralamas do Sucesso. Em 2005, a banda aparece com O Som que Vem da Luz do Sol, que contagia com as canções que se enquadram no pop reggae moderno: músicas mais melódicas, que falam de amor e de paz. Fizemos uma entrevista com esses 4 jovens para falar sobre todas as mudanças de sonoridades, objetivos com a música, o conceito do reggae e muito mais. Confira ! |
Marcus Vinicius Jacobson
Reportagem
Entrevista publicada no dia 12/09/2006
1) Qual o balanço que vocês fazem desses 13 anos de carreira ? O Maskavo viu muita coisa acontecer nesses anos todos. Muita coisa mudou. A sociedade, as roupas da moda, as tendências musicais. Aprendemos que pra você viver do que gosta é preciso aliar certos ingredientes como humildade, profissionalismo, paciência e, claro, fazer música que contenha algo de verdadeiro, um sentido ou sentimento, para que isso seja dividido com os fãs, para que os shows tenham algo mais a dar. A vida está cheia de dificuldades, nosso trabalho é trazer um pouco de paz e sossego. Em 13 anos aprendemos que a melhor coisa do mundo é viver do que se ama. Isso é quase uma benção. 2) Vocês já são bastante conceituados no cenário do reggae. Qual a sensação do trabalho reconhecido ? Não podemos relativizar o sucesso da banda. Ainda temos muito o que fazer. A sensação que temos é confiança pra continuar e estamos estudando, literalmente, como fazer isso. O reggae no Brasil está despertando de um sono leve. Se o Maskavo é conceituado no cenário é porque, à sua maneira, defende a música reggae com unhas e dentes. Ganhamos o prêmio de melhor álbum independente de reggae de 2005, pela revista Dynamite, e foi pelo voto popular. Acho que isso diz muito sobre como somos: trabalhamos sem parar, não deixamos nossa identidade de lado por causa de modismos e somos da paz. É isso.
4) Como vocês estão vendo o mercado da cena independente no Brasil? Acho que ser independente, no Brasil, ainda é uma faca de dois gumes. Tem muita coisa acontecendo na cena independente, muita coisa mesmo e isso é íncrível. Outro dia eu li que o Cansei de Sexy ia fazer uma turnê de 50 shows pelos Estados Unidos. Pô, isso é o sonho de quase todo músico:fazer 50 show seguidos. vai rolar grana? sexo? não sei, mas isso é legal demais. No Brasil isso está um abismo da realidade. Aqui o povo >> independente é guerreiro e está cada dia mais preparado. Com a inclusão digital, em geral, muita coisa ficou acessível. Músicas, softwares. O que é preciso é inteligência, bom gosto e trabalho, muito trabalho. A cena independente reggae é bem mais forte do que se imagina, inclusive.
6) Como vocês tiveram essa idéia de fundir o ritmo jamaicano com a pegada rock ? Isso não é criação nossa. Eric Clapton, The Clash, Bob Dylan, o próprioBob Marley, os Paralamas do Sucesso e até o Titãs fizeram isso. É que >> Brasília é a cidade que teve as bandas de rock mais maneiras dos anos 80. Fomos criados ouvindo isso, é como beber água. O reggae veio porque temos >> mais afinidade com a melodia cantada do que gritada e gostamos muito da >> batida, das respirações que ela proporciona. O reggae é o rock lento e de protesto. Colocamos nosso tempero, nosso jeito de fazer as coisas. Se sai reggae com cheiro de rock é porque, as vezes, a música nasce assim. 7) Em algum momento diante das dificuldades vocês pensaram abandonar a estrada ? Em coletivo, nunca! 8) Quais os próximos planos da banda dentro da música? Temos como meta lançar um disco de músicas inéditas no ano que vem e fazer uma turnê internacional. Imediatamente, continuamos a turnê do dvd Transe Acústico por todo o Brasil.
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